segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A arte de reviver - Por Larissa Mendes

Caramba…Hoje já acordei pensando nisso: replay, repeteco…rsrs, sensações de que estamos vivendo tudo de novo e realmente estamos.
Eis uma pequena crônica baseada na rainha da pagação de língua: eu!

Repeteco

Quantas e tantas vezes dissemos “dessa água não beberei” e minutos depois estamos na fonte indesejada? E quando dissemos nunca mais e o nunca não dura um segundo?
Parei pra refletir sobre isso e constatei que comigo sempre foi assim, imagino que com você também…
Quando tinha 14 anos fui a um dos maiores picos do Brasil, prometi para mim mesma que nunca mais faria tal proeza…Mas, quatro anos depois, achando-me um pouco mais em forma, novamente escalei um lugar que já conhecia, cada pedra de gelo, cada grau negativo. Para minha surpresa, eu não estava tão em forma assim, parecia-me que os 2.890 m tinham dobrado em quatro anos.
Assim foi também com a montanha russa, não gostei, quase morri de medo, e novamente fiz a promessa de que não me sujeitaria mais a tal brinquedo assassino. Mas não foram uma nem duas vezes, foram três e três é demais como diz o ditado.
E aquele amor, com quem você briga, chuta o pau da barraca, diz que nunca mais quer ver, apaga os telefones da agenda, mas não tira da memória… Mas quando ele te liga com a voz mansa, diz que tá com saudade e que não te esqueceu…O nunca vira sempre, o nada vira tudo, e tudo começa outra vez, parece que mais forte, mais especial, melhor, com um gosto novo, sabe?
Tudo isso já foi ou está sendo vivido por mim, mas o fato principal que me induziu a este relato eu ainda não contei:
Eu, morena com todas as minhas forças, há um tempo atrás, mas muito tempo mesmo, tentei iluminar o visual, resultado: perdi a identidade, nem loira, nem morena. Jurei pra mim mesma que nunca mais e ontem, sem pretensão alguma fiz tudo de novo, resultado: gostei!
Descobri então que repetir é uma arte, reproduzir que não tem graça alguma.É bom viver as mesmas coisas de forma diferente, pois o gostinho é sempre novo, a fase é outra e a experiência muda.
Quer saber de uma? Tudo isso só pra deixar-te um conselho:
A partir de hoje nunca mais diga nunca mais, porque nunca mais, quase nunca, é nunca mais!

1 comentário:

Mirela Menezes disse...

Esse texto show ai me levou a uma viagem ..fui no fundo da memoria,revirei tudo e concluir que a arte mesmo é reviver.